Estresse: como lidar com ele ?
Alimentados por entrevistas em rádios e TVs, além de artigos em jornais e revistas, sabemos perfeitamente o que ocasiona o estresse: vida corrida, competitiva e violenta; informações que nos chegam numa rapidez que seria inimaginável há poucos anos atrás e que também em fração, às vezes de segundo, temos que decidir que atitude tomar; o fantasma do desemprego, metas a cumprir... São pressões e frustrações tanto em nossa vida particular como na profissional.Há dois tipos de estresse. O positivo, que nos impulsiona, nos dá força e o negativo, repetitivo, prolongado, que nos paralisa, transtorna e exaure. O estresse positivo é desencadeado por situações tensas, mas benéficas, como a elaboração de um projeto que pode nos levar a uma promoção. Já o negativo é causado por situações danosas. Esse tipo de estresse ainda se divide em dois, o passageiro, como a possibilidade da perda do emprego que não se concretiza e o prolongado, como longas doenças, renda insuficiente por muito tempo, relacionamentos pessoais extremamente desgastantes, etc.
O estresse negativo pode modificar a pessoa tornando-a irritada, mal humorada, ansiosa e cansada, o que, além de prejudicar o relacionamento dela consigo mesma e com as pessoas ao redor, altera o modo de ver o mundo, que se torna muito mais difícil do que realmente é. Esse tipo de estresse é responsável por doenças como enxaqueca, gastrite, depressão, hipertensão, insônia e até problemas cardíacos.
Como seres que estamos sempre lutando pela sobrevivência, ao mesmo tempo em que buscamos melhorar nossa qualidade de vida, faz parte desse processo a procura de meios para minimizar o estresse, porém, o fazemos através da repetição de hábitos que na maioria das vezes não dão o alívio esperado. O que acontece é que procuramos a solução sim, queremos realmente lidar com as situações de estresse sem nos abater, ter uma vida mais tranqüila, harmoniosa e conseqüentemente feliz, mas procuramos no lugar errado. Procuramos fora, no mundo externo, onde encontramos conforto material, que é importante, mas não é suficiente para suprir nossas necessidades. O conforto espiritual, a paz que almejamos, a segurança, independem, na esmagadora maioria das vezes, do que acontece a nossa volta e sim da forma como lidamos com o que acontece. Para lidar de maneira positiva com as situações desencadeadoras de estresse é fundamental tomarmos as rédeas de nossa vida. Saber quem somos, onde estamos e para onde queremos ir. No entanto, a maioria de nós vive no piloto automático e assim falamos e fazemos o que não queremos, perdemos o controle com muita facilidade, somos levados pelas emoções e pelos pensamentos que geram sentimentos que se transformam em ações. Vivemos quase que o nosso dia todo sem percepção da realidade, do que está realmente acontecendo conosco. E é dessa forma ilusória que interpretamos o mundo a nossa volta, dando, entre outras coisas, valor excessivo ao que não tem e pouco ao que tem. Ficamos sem parâmetros para analisar, observar, compreender e agir.
Temos também o mau hábito de viver no passado e no futuro e raramente no presente onde as coisas acontecem de fato e onde podemos interagir. Vivemos esses dois momentos como se estivessem acontecendo hoje, trazendo as emoções despertadas por eles. Se do passado, dor, mágoa, ressentimento e do futuro, ansiedade e medo.Enquanto isso o presente passa veloz pela nossa vida e estamos deixando de vivê-lo, o único momento que realmente importa. E aí, achamos nosso cotidiano chato, a rotina monótona, repetitiva. Mas a verdade é que a vida não é monótona, nós sim a transformamos nesse fardo, simplesmente porque passamos pela vida como uma folha é levada pelo rio, sem a menor possibilidade de escolha. Perdemos oportunidades uma atrás da outra de perceber o olhar amoroso do filho, o sorriso da pessoa amada, de ouvir realmente o outro, de tornar nossa vida mais dinâmica, divertida e feliz.Se não estamos no aqui e agora como podemos ver as coisas como realmente são? Como avaliar uma situação? Vamos encontrar soluções baseadas em que verdade? Na verdade da situação ou na que enxergamos? Problemas, pressões, situações de limites, de risco, vão acontecer sempre, fazem parte da vida, mas é preciso estar centrado, ter um porto seguro para podermos lidar com tudo isso sem perder o equilíbrio. Mas como se centrar? Como se manter tranqüilo diante de tantos problemas que surgem independente de nossa vontade? Como, afinal, tomarmos as rédeas de nossa vida? A resposta é aprendendo a parar, aquietar mente e corpo, interromper essa agitação a que nos vemos submetidos por esse ritmo frenético a nossa volta. Precisamos parar essa corrente incessante de pensamentos, esse barulho todo da nossa mente, para escutarmos a nós mesmos, para sentirmos o nosso corpo, para percebermos as nossas emoções. A meu ver, pela minha experiência de mais de dez anos praticando, pesquisando e tendo recentemente publicado um livro sobre o tema, a prática da meditação é a melhor maneira de aquietarmos nossa mente e nosso corpo, relaxar ao mesmo tempo em que desenvolvemos atenção e concentração, a estar no aqui e agora.
É simples, mas não é fácil para nós ocidentais que estamos acostumados, desde pequenos, a ser valorizados, não pelo que somos, e sim pelo que fazemos e temos. Daí a necessidade de estar em constante movimento tanto físico quanto mental. Mas é possível. Bastam vinte minutos, duas vezes ao dia, parar, sentar de forma confortável, mantendo a postura ereta para um bom fluxo da energia e da respiração, fechar os olhos, manter a atenção no corpo que deve estar relaxado e a concentração na respiração. Tudo calmamente, sem cobranças, sem metas, apenas se permitir estar ali, simplesmente ser. A cada expiração conte um, expirou novamente conte dois e assim até dez. Se envolveu nos pensamentos, retorne ao um. E assim, a paz que conseguimos naqueles poucos minutos diários, é levada para o nosso dia-a-dia, em casa, com os amigos, no trabalho.
A meditação é uma ferramenta interna e, portanto, podemos utilizar em qualquer lugar e circunstância, inclusive no trabalho, parar por dois ou três minutos nos concentrando na respiração traz um alívio imediato tornando nossa mente mais clara e objetiva. É livre o homem que tem controle sobre as próprias emoções e assim lida de maneira tranqüila com os acontecimentos externos os quais não pode controlar.
Fonte:
Yahoo! Beleza e Saúde.
Minha Vida. Saúde, Alimentação e Bem estar.
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